15 abril 2011

Ativismo Quântico, criatividade e o propósito da existência

Já ouviu falar em Ativismo Quântico? Pois bem, estive em um workshop ministrado pelo célebre físico indiano Amit Goswami (http://amitgoswami.org), organizado pela Editora Aleph em São Paulo, e logo nos primeiros cinco minutos desatei a chorar. Foi choro de alma, pois na fala dele visualizei tudo o que tenho aprendido de mais relevante nessa jornada de autodesenvolvimento que é a yoga, e também o trabalho voltado à “sustentabilidade”. Compartilho aqui um pouco do que vi e aprendi por lá: O trabalho do Dr. Amit, PhD., está centrado no conceito de não-localidade, isto é, não local é tudo aquilo que está fora do espaço e do tempo, de modo compartilhado e interconectado. A consciência, por exemplo! Segundo Amit, a capacidade de amar – e de aprender – está “armazenada” num espaço não-local, e não dentro do cérebro, como prega a ciência tradicional mecanicista há anos, inclusive por meio da educação que a maioria de nós recebeu. Minha grande descoberta – e emoção - foi ver fundamento científico (de acordo com a física quântica) para algumas das vivências mais marcantes que já tive durante estados de meditação profunda, em que experimentei o “jorrar” de um amor imenso e intenso, vindo de uma fonte primordial, um único ponto guardado em algum lugar do universo e capaz de emanar todo o amor, a glória e a bondade que existem manifestados neste mundo. Bem, voltando ao workshop, tudo começou com uma pergunta simples e complexa ao mesmo tempo: Qual o propósito da vida?? Para Amit, a vida é uma agenda de aprendizado (o que concordo totalmente – quem não vive suas “lapidações”?). Para podermos vivenciar o verdadeiro Amor e a Graça que esta vida pode nos oferecer, temos que escolher hábitos de vida que nos possibilitem cumprir com nossa “agenda”. Mas que agenda é essa? Para Amit, o “Dharma” é a agenda de cada um, a missão que cada um tem a desempenhar neste mundo, e ao cumprir com este nosso propósito sentimos imensa felicidade, alegria, bem-aventurança (em minha jornada, aprendi que para descobrirmos qual é o nosso Dharma, devemos investir em conhecer a nós mesmos e nos desenvolver espiritualmente). Falou-se também sobre a Criatividade, que pode ser traduzida como o processo de encontrar novos significados, e o grande mecanismo para mudarmos o atual estado do mundo. Para Amit, os estágios do processo criativo são: - Preparação (ego em ação - buscamos diversas informações sobre o assunto em questão) - Incubação (período em que processamos de alguma forma as informações) - Insight repentino (aquela “luz” que se acende...). Para isso, precisamos estar relaxados, meditar, “abafar” o ego. Não por acaso, minhas melhores idéias surgem ao sair da empresa, ao entrar no banho ou ao acordar. Já passou por isso? - E finalmente a manifestação da nova descoberta, colocada em ação. Por isso, para podermos criar e renovar nossa própria existência, permitindo que infinitas possibilidades venham à nossa vida, Amit nos propõe o intrigante (e até mesmo engraçado!) modelo do “do-be-do-do”, ou seja, o “fazer-ser-fazer-ser-fazer...”. Em nosso cotidiano, especialmente no mercado de trabalho, valoriza-se apenas o fazer, fazer e fazer. Não por acaso, acabamos estressados, com a mente embotada, saúde abalada, relacionamentos colocados em segundo plano e com pobreza de idéias e dificuldade de encontrar soluções para nossos desafios. A solução? Abrir espaço para simplesmente Ser. Par mim, isto é meditar, relaxar, ter momentos de ócio e contemplação, contato com a natureza, o sagrado, a arte, o bem, o belo.... Isto trará energia renovada e capacidade de criar, inovar, encontrar as respostas que procuramos. Isto tudo está fundamentado na idéia de que é a consciência – e não a matéria – a base de toda a existência – e para criar, inovar, é preciso dar ouvidos e asas à nossa verdadeira consciência. Ele propõe uma nova Ciência, pautada pela física quântica, que harmonize a visão cientifica com a visão das diversas tradições espirituais, manifestada por meio de um movimento coletivo – eis o Ativismo Quântico - para disseminação de uma nova visão de mundo capaz de alavancar o processo de transformação global que tanto se discute atualmente. Desafiador? Não para Amit Goswami! Aprofundarei este tema no próximo artigo.

5 comentários:

  1. Querida amiga Clarissa! Que delícia esse teu texto-artigo.. Fico muito feliz que você tenha participado, se emocionado e esteja compartilhando dessa que uma verdadeira dádiva para todos nós! (ainda infantes em humanidade).

    Mais uma vez me sinto orgulho em ter-te conhecido e estar lhe acompanhando assim tão "de perto". Dentro em breve eu igualmente pretendo atuar de forma prática junto a essa frente incomparável do Ativismo Quântico - Não sem contar com o teu auxílio e amizade!

    Abraço carinhoso, Léojanz.

    P.S - Na sequencia eu com certeza irei estender esse teu link p/ todas as minhas redes.

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  2. Oi Janz!! Obrigada!! Tamos juntos nest rede :)
    abraços,

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  3. Compartilho dessa idéia e busco soluções já tem alguns anos.Quando nos sentimos parte do todo o sofrimento desaparece, somos tudo e todas as nossas partes se integram e bailam com total espontaniedade e alegria.Dentro do modelo apresentado no coaching integral, com C maiúsculo isso é claro, Ken Wilber percorre este caminho há mais de 20 anos e como filósofo contemporanêo é uma luz iluminando os pontos obscuros existentes no mundo de hoje.Faz-se urgente uma modificação e fico feliz com suas reflexões pois isso nos eleva.Temos que pensar juntos, pois enquanto o eu for tudo, o todo se refugia em lugares onde não conseguimos atuar quanticamente.A libertação dos homens está no seu fluxo de volta para o todo.
    Parabéns,
    Malu

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  4. Prezada Clarissa:

    Inicialmente quero, ainda que tardiamente, agradecer vosso convite para fazer parte de sua lista de contatos no LinkedIn. De lá para cá tenho lido seus posts, embora, confesso, gostaria que eles fossem mais frequentes.
    Em relação a este em particular (Ativismo Quântico) tinha eu tido um contato bastante breve com o assunto; portanto, sou ignorante em relação ao mesmo. Você disse que voltaria ao tema, porém gostaria de antecipar aqui algumas perguntas:
    - Trechos de uma entrevista que vi do Dr. Amit no Programa Roda Viva, afirmava ele que não é o cérebro que contém a consciência, mas o contrário; portanto, bondade, amor, estão localizados fora do espaço/tempo. Mas e a antítese destes(o mal, a perversidade, a bárbarie) onde localizam-se?
    - O Dr. Amit afirma que o propósito da vida (Dharma) é o aprendizado, o autoconhecimento; quantas pessoas neste mundo conseguem atingir esta meta? Necessitaremos, então, viver várias vidas para conseguir tal feito?
    - Você fala em transformação global; a que tipo de mundo esta transformação nos levaria? Como esta transformação será levada a cabo?
    Um abraço e parabéns pelo blog!

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  5. Ainda que tardiamente, seguem alguns comentários:

    1- Essa questão é muito desafiadora e vou levar diretamente ao Dr. Amit Goswami no 1o. curso de Ativismo Quantico, que acontece em Agosto, em SP! Pessoalmente, acredito que o mal não exista em termos absolutos, mas decorre de uma falsa identificação do ser humano com aquilo que ele não é (egoismo, violencia, medo, maldade). Por meio do desenvolvimento espiritual é possivel superar estas identificações e focalizar-se no bem;
    2 - Creio que o aprendizado e o autoconhecim ento é um processo, e está ao alcance de todos. Há muitas meios e caminhos, cada um deve escolher aquele que fizer mais sentido. Sim, a iluminação em geral leva muitas encarnações, embora seja possivel alcançar a iluminação nesta vida. Veja www.babaji.ca para saber mais sobre o tema;
    - A transformação global deve nos levar a um mundo mais harmonico, no qual a paz prevalesça sobre a guerra e terrorismo, a abundancia sobre a miséria e o modelo sustentavel de desenvolvimento sob o atual modelo destrutivo do ambiente e das comunidades.

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