21 novembro 2014

Como mudar o mundo?

Enquanto a guerra, a incerteza e a negatividade empalham-se, também emerge em contra ponto uma massa de pessoas conectadas com o propósito de virar este jogo do perde-perde.

Como você se percebe em relação a esta questões? Sonha em viver num mundo onde todos possam estar em harmonia? Em que pessoas de todas as religiões e filosofias sejam respeitadas? Onde possamos ter acesso a tudo que precisamos para uma vida segura e próspera, tendo uma convivência saudável com a natureza?

Afinal, como vamos transformar o mundo?

Passei alguns anos pensando sobre e lidando com questões que impactam a sustentabilidade das pessoas, de organizações sociais, empresas. Busquei respostas para alguns desafios que me pareciam abissais em muitos lugares, dialogando com todo tipo de gente. Nessa jornada, passei a acreditar que necessitamos é de uma verdadeira revolução espiritual. 

Assim, quero dizer: a mudança que queremos ver no mundo depende de uma mudança interna nas pessoas capaz de refletir no modo como estas conduzem os relacionamentos, o trabalho, a forma como produzem, consomem e lidam com recursos naturais. No início, temia que esta ideia de "mudança de dentro para fora" soasse infantil ou deveras ingênua. 

Trabalhei no mundo corporativo tempo suficiente para conviver com várias formas de resistência à adoção de práticas (minimamente) sustentáveis. Quando se lida com os tais "assuntos corporativos, é comum ficar muito bem informado e ao mesmo tempo cético. É o poder que "coisifica" tudo. Ao insistir em certos ideais e sair daquele congelamento, hoje sei que conhecer a si mesmo é o saber mais potente do universo e sem hesitação posso afirmar: se queres transformar o mundo, é melhor começar por mudar o seu mundo.

Recentemente visitei um lindo povoado na costa da Califórnia, na mágica região de Big Sur. Após uma deliciosa refeição com ingredientes locais e vinho branco da região, fui andar pela vila e me senti misteriosamente atraída para uma pequena e super charmosa vitrine: “Pilgrim’s Book Store”. Logo ao entrar, fui tragada para a prateleira onde um livro parecia me esperar. The Fifth Agreement, de Don Miguel Ruiz e Don Jose Ruiz, pai e filho, ambos sábios toltecas, homens e mulheres de conhecimento que habitaram o sul do México há milhares de anos e que, felizmente, mantém sua tradição viva até agora.
 
De volta ao Brasil, devorei a obra encantada com a simplicidade a grandiosidade da sabedoria tolteca. Na essência, Don Jose propõe justamente: “para mudar o mundo, mude o seu mundo interno, o mundo virtual que existe dentro de sua cabeça. Você não poderá mudar o mundo externo se não conseguir primeiro mudar o seu próprio”. 

Ele nos dá a direção, ao ensinar que cada um pode transformar seu mundo ao se amar de verdade e aproveitar plenamente a vida, tornando o mundo pessoal um verdadeiro céu na Terra! E traz alguns princípios para que isto seja possível, todos relativos às nossas próprias atitudes e visão de mundo.

De fato, quando nosso mundo se torna melhor, queremos compartilhar nossa plenitude com os outros. Segundo o sábio tolteca, quando você muda, seus filhos mudam, por que a mensagem que você leva a eles mudou (por mensagem ele propõe quem você é, e não apenas o que diz). Assim, mudando a sua mensagem, sua esposa ou marido mudará. Seu relacionamento com seus amigos mudará. E talvez, o mais importante, seu relacionamento com você mesmo mudará.  

Quando você se torna mais feliz, isto beneficia todos a sua volta. Por isso, o maior legado que cada um pode deixar é o amor. Deveríamos nos amar, e não nos odiar. Há milhares de pessoas neste mundo sonhando, cada qual o seu sonho, vivendo dentro de sua vida psicológica. Há milhares de cores, milhares de crenças, milhares de pontos de vistas, porém é a mesma força de vida que está por trás de cada um, e acreditar que você é superior ou inferior que qualquer outra pessoa é a grande mentira, pois nos leva a acreditar que estamos separados. 

Podemos parar de destruir nossas relações, parar de destruir nosso planeta, se simplesmente percebermos o que estamos fazendo e concordarmos que podemos trabalhar juntos. Para transformar o mundo é preciso ser autêntico, ser livre, ter a coragem de dar a você mesmo e ao mundo o seu melhor, e não o seu pior. Por isso é preciso se conhecer de verdade. Neste sentido, meia hora de meditação por dia pode melhorar muito mais a vida que três horas por noite num curso de MBA!

Não devemos tentar mudar o mundo. Podemos tomar uma ação AGORA ao mudar nosso modo de pensar. Não precisamos estar nesta vida para sofrer. A vida não precisa ser um mar de lágrimas, não vamos acreditar nesta mentira. Tampouco estamos aqui por acaso, apenas "a passeio". Podemos ter uma vida plena e maravilhosa nesta Terra, assumindo nossas responsabilidades. 

Quando formarmos uma massa crítica de pessoas sábias o suficiente, não será preciso haver mais guerras ou sofrimento generalizado. Precisamos mudar nosso mundo e nossa realidade externa ao mesmo tempo, ao apostar numa nova psicologia. Isto significa, em primeiro lugar, parar a guerra dentro de nossas mentes. Podemos mudar completamente o mundo inteiro dentro de três, quatro gerações. 

Então, para que esperar? Vamos viver nossa vida plenamente agora e deixar um lugar em que nossos filhos e netos possam viver a vida plenamente também. Don Jose nos deixa o convite: “ajude-me a mudar o mundo”.

Para saber mais:
http://www.miguelruiz.com/





25 agosto 2014

1o. workshop Sustentabilidade do Ser

Realizamos o 1o. workshop Sustentabilidade do Ser sob o tema Propósito de Vida e Legado Social, em 15 e 16 de Agosto, na Oficina do Ser, Brooklin, São Paulo.



Pensamos em proporcionar um programa inspirador, marcado por práticas vivenciais. O resultado foi transformador! Foi marcante e comovente a capacidade de entrega dos participantes, que trabalharam suas questões em clima de total integração, troca, compaixão e com bastante determinação.



No primeiro dia nossa jornada foi entremeada por rodas de conversa sobre a emergente visão quântica de mundo, mergulhos no processo de autoconhecimento, em reflexões e muitas práticas sobre o lugar do propósito de vida na autorrealização e na transformação que queremos - e precisamos ver no mundo. 



O segundo dia foi dedicado à questão do legado social, enfocando a contribuição e a marca que cada um quer ver manifestada numa vida mais plena de sentido.




E assim saíamos: confiantes, fortalecidos e cada um assumindo o seu lugar na transformação do mundo.  


Em breve, a 2ª. edição!

Para receber mais informações acesse www.conscienciaeacao.com.br e cadastre-se.


10 julho 2014

Workshop Sustentabilidade do Ser

Convido a todos para o lançamento de meu primeiro workshop no campo do desenvolvimento de pessoas, inspirado nos últimos anos de trajetória na área e vivencia no campo da responsabilidade social empresarial, além das pensatas deste blog, é claro!


10 maio 2014

De quem depende o futuro da humanidade?

O futuro de nosso planeta depende de 58 pessoas


"Roma, Itália, abril/2014 – Embora para muitos tenha passado inadvertidamente, o Grupo Intergovernamental de Especialistas sobre Mudança Climática (IPCC) publicou, no dia 13 de abril, a terceira e última parte de um informe no qual adverte sem rodeios que temos apenas 15 anos para evitar ultrapassar a barreira de um aquecimento global de dois graus. Além disso, as consequências serão dramáticas.
Somente os mais míopes não tomam consciência do que se trata: aumento do nível do mar, furacões e tempestades mais frequentes e um impacto adverso na produção de alimentos.
Em um mundo normal e participativo, no qual 83% das pessoas que vivem hoje ainda existirão dentro de 15 anos, esse informe teria provocado uma reação dramática.
Entretanto, não houve um único comentário dos líderes dos 196 países nos quais habitam os 7,5 bilhões de “consumidores” do planeta.
Os antropólogos que estudam as semelhanças e diferenças entre os seres humanos e outros animais há um bom tempo chegaram à conclusão de que a humanidade não é superior em todos os aspectos.
Por exemplo, o ser humano é menos adaptável à sobrevivência do que muitos animais em casos de terremotos, furacões e outros desastres naturais. A esta altura, eles devem manifestar sintomas de alerta e mal-estar.
O primeiro volume desse informe do IPCC, divulgado em setembro de 2013 em Estocolmo, estabelece que os humanos são a causa principal do aquecimento global, enquanto a segunda parte, apresentada em Yokohama no dia 31 de março, afirma que “nas últimas décadas as mudanças climáticas causaram impactos nos sistemas naturais e humanos em todos os continentes e em todos os oceanos”.
O IPCC é formado por mais de dois mil cientistas de todo o mundo e essa é a primeira vez que chega a firmes conclusões finais desde sua criação pelas Nações Unidas, em 1988. A principal conclusão é que, para deter a corrida rumo a um ponto sem volta, as emissões globais devem cair entre 40% e 70% antes de 2050.
O informe adverte que “só as grandes mudanças institucionais e tecnológicas darão uma oportunidade superior a 50%” para o aquecimento global não ultrapassar o limite de segurança, e acrescenta que as medidas devem começar, no mais tardar, em 15 anos, completando-se em 35.
Vale a pena assinalar que dois terços da humanidade têm menos de 21 anos e em grande parte são eles que terão que suportar os enormes custos da luta contra a mudança climática.
A principal recomendação do IPCC é muito simples: as principais economias devem fixar um imposto sobre a contaminação com dióxido de carbono, elevando o custo dos combustíveis fósseis, para impulsionar o mercado de fontes de energias limpas, como a eólica, solar ou nuclear.
Dez países são causadores de 70% do total da contaminação mundial de gases-estufa, sendo que Estados Unidos e China respondem por 55% desse total.
Ambos estão tomando medidas sérias para combater a contaminação.
O presidente norte-americano, Barack Obama, tentou em vão obter o beneplácito do Senado e teve que exercer sua autoridade sob a Lei de Ar Limpo de 1970 para reduzir a contaminação de carbono dos veículos e instalações industriais, estimulando as tecnologias limpas. Mas não pode fazer mais nada sem apoio do Senado.
O todo poderoso presidente da China, Xi Jinping, considera prioritário o ambiente, em parte porque fontes oficiais estimam em cinco milhões anuais o número de mortes nesse país em razão da contaminação.
Mas a China precisa de carvão para seu crescimento, e a postura de Xi é: “por que deveríamos frear nosso desenvolvimento, quando os países ricos que criaram o problema atual querem que tomemos medidas que atrasam nosso crescimento?”.
Dessa forma, cria-se um círculo vicioso. Os países do Sul querem que as nações ricas financiem seus custos de redução da contaminação e os do Norte querem que esses deixem de contaminar e assumam seus próprios custos.
Como resultado, o resumo do informe, que destina-se aos governantes, foi despojado das premissas que poderiam dar a entender a necessidade de o Sul fazer mais, enquanto os países ricos pressionaram para evitar uma linguagem que pudesse ser interpretada como a necessidade de eles assumirem as obrigações financeiras.
Isso deveria facilitar um compromisso brando na próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, em Lima, onde se deveria alcançar um novo acordo global (lembremos o desastre da conferência de Copenhague, em 2009).
A chave de qualquer acordo está nas mãos dos Estados Unidos. O Congresso desse país bloqueia toda iniciativa sobre o controle climático, proporcionando uma saída fácil para China, Índia e o resto dos contaminadores: “por que devemos assumir compromissos e sacrifícios se os Estados Unidos não participam?”.
O problema é que os republicanos converteram a mudança climática em uma de suas bandeiras de identidade. A última vez que se propôs um imposto sobre o carbono, em 2009, depois de um voto positivo na Câmara de Representantes, controlada pelos democratas, o Senado, dominado pelos republicanos, o rejeitou.
Nas eleições de 2010, uma série de políticos que votaram a favor do imposto sobre carbono perderam suas cadeiras, o que contribuiu para que os republicanos assumissem o controle da Câmara.
Agora, a única esperança para os que querem uma mudança é aguardar as eleições de 2016 e esperar que o novo presidente norte-americano seja capaz de mudar a situação. Esse é um bom exemplo do que os gregos antigos diziam: que a esperança é a última deusa…
O quadro é muito simples. O Senado dos Estados Unidos tem cem integrantes, o que significa que bastam 51 votos para liquidar qualquer projeto de lei de imposto sobre os combustíveis fosseis.
Na China, a situação é diferente. Na melhor das hipóteses, as decisões são tomadas pelo Comitê Permanente do Comitê Central, formado por sete membros, que são o verdadeiro poder no Partido Comunista.
Em outras palavras, o futuro de nosso planeta é decidido por 58 pessoas de uma população de quase 7,7 bilhões de habitantes."
Fonte: Envolverde/IPS
http://envolverde.com.br/ambiente/o-futuro-de-nosso-planeta-depende-de-58-pessoas/
* Roberto Savio é fundador e presidente emérito da agência de notícias Inter Press Service (IPS) e editor do Other News.

21 janeiro 2014

Consciência na ação

Começo o ano desejando a todos um 2014 de realizações e sobretudo oportunidade de viver com mais integridade, isto é, integrar aquilo que somos ao que fazemos. Existe hoje uma hipocrisia generalizada que muito me entristece. As pessoas fingem não saber que estamos adentrando uma séria situação. As responsabilidade são constantemente delegadas aos "outros". Acredito cada vez mais que sem transformação pessoal não há transformação social possível. Precisamos rever nossos valores...no nível individual ara o organizacional e então o coletivo.
Compartilho abaixo a mensagem do estimado Hugo Penteado, autor do blog Nosso Futuro Comum, que há anos vem contribuindo muito para elucidar a questão da sustentabilidade - uma mente que considero brilhante no debate por uma sociedade mais sustentável.
Boa leitura e bom ano a todos,
Clarissa

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Amigos,

Nós que acreditamos que a economia é um subsistema da Terra e não o contrário como querem muitos economistas (até os ditos ambientalistas) sofremos muito quando emitimos nossa opinião.
Até entre nós o diagnóstico, as causas e as soluções divergem muito.

Se não ouvirmos uns aos outros, por mais que discordemos, não aprendemos, iremos para o fim da nossa civilização de vez.

Por exemplo, eu acho um absurdo falarmos em energias renováveis (mito) e de acreditarem que precisamos de mais energia, quando esse sistema desperdiça energia nababescamente com coisas inúteis.  Temos que combater o desperdício e a ineficiência desse sistema, não inventar novos sistemas produtivos de energia, enganosamente chamados de “energia limpa” onde até a nuclear entra aí…

Ouço um silêncio sepulcral quando toco nesse assunto.  Quando digo que mais sistemas, sejam quais forem, só aceleram nossa rota suicida, ninguém fala nada e quando digo que nada mudou e a economia de alto carbono está firme como uma rocha principalmente nas reuniões de sustentabilidade como a Rio +20 ou PRI ninguém fala nada. Quando somamos todas as iniciativas de sustentabilidade das empresas que só buscam lucros de curto prazo com mais consumo inconsciente e destruidor de matéria e energia que levará inevitavelmente ao fim da vida na Terra, ninguém também se pronuncia, embora todos sonhem em ter netos.

Enfim, precisamos nos ouvir.

Abraço a todos e feliz 2014,

Hugo

Fonte: Nosso Futuro Comum - http://nossofuturocomum.blogspot.com.br