20 julho 2015

A saída para a crise está dentro de casa.

Apesar o noticiário macabro, a cada dia emergem novas demonstrações de amor. São tantas pessoas dispostas a agir por uma mudança mais profunda e, conforme a sensação de caos aumenta, cresce o sentimento de que “temos que fazer alguma coisa”. Diz-se que a crise é institucional, política, socioeconômica, ambiental. Realmente, tudo está tão difícil lá fora! Como ainda podemos sonhar em mudar o mundo? Penso sobre isto todos os dias.

A crise é também familiar e pessoal. Aí nós entramos, pois precisamos intervir na situação que se apresenta. Em toda a parte, o ser humano se comporta de maneira monstruosa: a indiferença e o egoísmo imperam nas decisões. Ao efeito deste conjunto de escolhas mal formuladas chamamos crise.

O que podemos fazer? Em primeiro lugar, sair da apatia e lembrar que o “outro” é um “outro você”. A maioria das pessoas desconhece a própria natureza e trata as outras como coisas. A barbaridade invade nossas casas, e não apenas por meio da “telinha”, mas acompanha cada indivíduo na forma como se relaciona, com mais ou menos gentileza, diante daqueles que cruzam seu caminho.

De fato, a cultura midiática da violência banaliza tudo e todos, traz a impressão de que o mundo não tem jeito, e acabamos perdendo a capacidade de ter compaixão para com o sofrimento. Isso é terrível! Precisamos sair desta redoma que nos prende no medo. Estamos perdendo nossa humanidade, é dito “normal” colocar interesses econômicos e individuais acima de tudo. Parece bobo falar disso, pois até mesmo a vida perdeu valor.

Para descongelar é indispensável resgatar valores femininos que foram renegados ao longo da História. Aquelas que geram a vida e educam as crianças ainda são violadas em direitos fundamentais como a liberdade, a integridade física e moral. A mulher sofre todo tipo de abuso, há séculos, e não deveria parecer estranho que o mundo esteja assim.

Fala-se em combate à pobreza e em sustentabilidade, mas proteger de verdade os direitos das mulheres é uma briga que poucos compram. Jamais haverá sociedade equilibrada, próspera e sustentável enquanto mães e meninas em todo o mundo forem tratadas como seres de segunda categoria com salários menores, restrição à educação, exploração, agressão, mutilação e até mesmo assassinato dentro da própria família.

Muitos homens posicionam-se contra a discriminação da mulher enquanto perpetuam suas posições superiores. Felizmente, a crise coloca luz em tudo o que precisa ruir, abrindo caminho para inovações e movimentos construtivos em prol do empoderamento feminino e do resgate de valores como a compaixão, a generosidade, a gentileza, a beleza e a colaboração, bases para as verdadeiras mudanças que queremos ver no mundo.
Embora o sagrado feminino ainda seja combatido, permanece viva a sabedoria e o poder regenerador da mulher. Aquelas que se mantém conectadas à essência geram e multiplicam riqueza, relacionam-se com graça e amorosidade. Elas são inclusivas, buscam sentido na vida e abrem-se para o autoconhecimento, para descobrir o real propósito da vida. Bata visitar eventos em torno desta temática e constatar que mais de 80% das pessoas presentes são mulheres!

Elas estão sedentas por sentido e querem gozar uma vida mais plena de significado, justiça e liberdade. Estão abertas para a lição de casa fundamental: trabalhar a si mesmas, rever visões e padrões de conduta. Tenho convicção que a solução para nossos problemas comuns virá pela transformação das próprias pessoas e que a s saída para a crise é o próprio processo de transformação global que está em curso.
Para mudar nossa própria vida, que tal cuidarmos melhor das relações em nossa própria família, trazendo mais tolerância, expurgando a violência que lá existe? “Cuidar de nossa pequena família para então influenciar nossa grande família, a sociedade”, diz o sábio Prem Baba.

São muitas as razões que me fazem tão motivada em ajudá-las a galgar o próximo passo significativo na carreira e nos negócios. Precisamos de jovens idealistas em ação, mais mulheres em postos de comando e empresárias de negócios conscientes! A mulher que conquista clareza sobre seu propósito de vida e o coloca em ação alcança uma vida mais alegre, abundante e deixa o seu legado, pois devolve ao mundo o que recebe. Ela multiplica, pois traz esta semente em sua própria natureza. O mundo está precisando de colo de mãe. Que tal começar por ser mais gentil consigo mesma? Vamos honrar e cuidar de nossas mulheres.