Publicado no portal Nowmaste: http://www.nowmaste.com.br/como-transformar-a-crise-em-caminho-para-autorealizacao/
Nada será como antes: 2015 veio para estremecer as estruturas e abrir passagem para um importante processo de transição. E agora, o que fazer? Tentar resistir às mudanças, agarrando-se ao que é familiar? Tentar distrações, “selfies” e mais “selfies”, afinal a vida deve parecer incrível? Ou reagir aos acontecimentos, tentando driblar o medo do desconhecido e de perder o que você já conquistou?
Este é o ano em que a força de transformação parece ganhar intensidade máxima e desafiar todos os nossos limites. Muitos sentem-se empurrados a “fazer alguma coisa”, pois tudo o que esteve apoiado na ilusão começa a ruir: desejar a felicidade duradoura no consumismo, viver no piloto automático, buscar crescimento econômico infinito num planeta com recursos naturais finitos…isto sem falar no equívoco de colocar o ser humano como sendo superior à natureza.
Quando a crise aperta, a tendência é atribuir culpas, o que nos afasta das soluções para nossas questões. Assim, devemos compreender que o momento chama atenção para nossas escolhas e que cada um pode ser líder, isto é, influenciar as pessoas com quem convive. Afinal, para a vida ser boa não basta cuidar do bem estar individual, precisamos zelar por aqueles com quem nos relacionamos, só assim vamos aprender a viver em comunidade.
Então, precisamos encontrar um caminho para lidar com nossas questões individuais e coletivas neste contexto de crise que se anuncia. Encontrar este caminho diz respeito a um processo mais profundo que lidar com os problemas externos. Trata-se de nosso retorno para casa, do resgate de nosso ser verdadeiro, de nosso poder pessoal e de antigos valores como o respeito, a bondade e a responsabilidade. Apesar de tudo, esta pode ser uma época fascinante para se viver!
Sempre ouvimos que “em meio às crises encontram-se grandes oportunidades”. Assim, prefiro encorajar o potencial de transformação que reside em cada um, valorizar nossa capacidade de gerar um movimento global de mudança para melhor, cada um assumindo o seu lugar no processo, colaborando e se entregando ao fluxo. E fazendo deste desafio algo significativo, que reforce nossa razão de viver. Mas, como ser positivo em meio a negatividade geral?
Embora a resposta não seja simples, diria que é resgatando nosso lado mais forte e manifestando-o na vida cotidiana. Por exemplo: quais são suas qualidades mais dignas de nota? O que você faz bem, que lhe traz uma sensação agradável de preenchimento? Que tal ampliar o espaço dedicado para (re)conhecer e praticar seus talentos na vida diária? Ao focar no que você faz bem, seu desempenho torna-se muito melhor, idem os resultados. Além disso, ao usar suas forças com responsabilidade, você se torna uma pessoa mais benéfica para todos a sua volta.
Este pode ser um dos antídotos para a crise, uma chave para fortalecer nossa autoconfiança e alterar o movimento condicionado de sair da cama somente para trocar tempo por trabalho, por dinheiro para pagar contas e comprar mais coisas. Embora a vida não venha com manual de instruções, ela nos traz ferramentas para abrir as portas certas, e que você está carregando desde que nasceu, às vezes sem saber: seus dons e talentos.
A parte mágica da vida consiste em colocar seus talentos em ação e, assim, eles se transformam em energia de realização, bem estar, alegria de viver! “Quando você está criando e fazendo o que ama, você volta a ser quem realmente é, deixa de pensar sobre quem é, e passa a expressar isso”, diz o sábio Don Miguel Ruiz, descendente da ancestral tradição tolteca do México. Assim, conforme você se apropria de suas qualidades e as coloca em prática, fica cada vez mais claro qual seu propósito de vida, qual sua contribuição para construir um novo paradigma apoiado em ação consciente. Esta descoberta é uma experiência muito recompensadora.
Uma única pessoa não pode modificar o mundo, mas cada um pode transformar o seu próprio mundo, praticando a auto responsabilidade ao transformar o modo de pensar e de agir. Agora você já tem ao menos pistas do caminho. Vamos?
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