17 março 2013

Aspiração, ganho de consciência e auto realização.


Este texto é inspirado em palestra ministrada pelo professor Govinda Satchidananda, durante  Iniciação em III Nível de Kriya Yoga em nov./2012 na Fazenda Gaia, São Francisco Xavier/SP.

Em certo ponto da vida, podemos deixar de querer a oscilação de uma vida comum, ordinária, e buscar algo “maior”, a perfeição e o desenvolvimento de nosso pleno potencial.  Nossa alma, nosso “Eu” mais profundo, tende à direção do amor, da sabedoria e do Self verdadeiro.  A aspiração aparece como um forte chamado interno, de que não se pode fugir ou deixar de notar. Esse é o “chamado” para superar as crises do ego. São as próprias experiências da vida que nos empurram para isso, é um movimento ascendente da consciência.

Podemos fortalecer nosso intelecto por meio do estudo e cultivar a apreciação direta do amor na natureza, nos bebês e em outras formas que nos permitem ir além da natureza humana.  A aspiração, portanto, é a força, o impulso da alma que leva a vida ao desenvolvimento espiritual.  Adentrar este processo envolve ser honesto com nossas compreensões e ter coragem para encarar o medo da mudança.

Autodesenvolvimento e Auto Realização

O corpo vital (parte sutil de nosso ser, que é a fonte das emoções) está sempre buscando algo novo e a felicidade duradoura em coisas que não duram. Mesmo nos momentos felizes da vida, há o medo que acabe. 

Como superar o sofrimento? 
A vida é cheia de experiências que envolvem sofrimento: família, doenças, relações, expectativas frustradas. De uma forma ou de outras, sempre buscamos distrações, maneiras de evitar o tédio (que é uma forma de sofrimento), mesmo que isso signifique agarrar-se a situações ou pontos de vista conflituosos.

Conhecer as fontes do sofrimento e de felicidade é sabedoria. A prática de tradições milenares como a Kriya Yoga tem por objetivo mudar nossa perspectiva do “ego”  -  noção de “eu”, “meu” que governa meus desejos e necessidades, gostos e preferências e que está sempre identificado com seus altos e baixos, para a perspectiva da testemunha - o “Eu” interior que pode observar o que acontece quando a mente está calma e quieta.  
Por isso, desenvolver a calma é o primeiro passo num processo de autodesenvolvimento.

Há cinco manifestações principais do ego:

1.       Desejo: é a imaginação que algo (que não está presente) é necessário para que estejamos bem.  A aversão é a noção de “não gosto”. Gostar e não gostar é a maior das fontes de sofrimento. Quem deseja isso? Quem gosta / não gosta disso? Por meio desta reflexão podemos perceber as preferencias do ego.

Tudo é muito temporário. Qual a parte de mim que nunca muda? Este (a) sou Eu. Os desejos perdem a força com a luz da consciência. 
É interessante fazer uma lista dos seus maiores desejos e ver o que está guiando sua vida no momento.

2.       Raiva: emerge quando os desejos são frustrados (não realizados).

3.       Ganancia: querer mais para você do que para os outros.

4.       Orgulho: é uma opinião exagerada sobre si mesmo e impulso para a competição.

5.       Inveja e ciúmes: quando nos ressentimos pelo sucesso alheio, quando a felicidade dos outros é vista como um obstáculo ou nos gera amargura.

O principal processo que leva ao autodesenvolvimento e consequente auto realização (ao longo do tempo e das práticas) envolve cultivar a equanimidade:
  •          Quando vai bem, evitar a euforia.
  •          Quando vai mal, evitar a depressão.

Por que tudo vai passar.

Todas as experiências na vida servem para desenvolver equanimidade e amor, requisitos essenciais para a auto realização.

No próximo artigo vamos abordar dicas e práticas para desenvolver a equanimidade.

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