Este texto é inspirado
em palestra ministrada pelo professor Govinda Satchidananda, durante Iniciação em III Nível de Kriya Yoga em nov./2012
na Fazenda Gaia, São Francisco Xavier/SP.
Em certo ponto da vida, podemos deixar de querer a oscilação
de uma vida comum, ordinária, e buscar algo “maior”, a perfeição e o
desenvolvimento de nosso pleno potencial. Nossa alma, nosso “Eu” mais profundo, tende à
direção do amor, da sabedoria e do Self verdadeiro. A aspiração aparece como um forte chamado
interno, de que não se pode fugir ou deixar de notar. Esse é o “chamado” para
superar as crises do ego. São as próprias experiências da vida que nos empurram
para isso, é um movimento ascendente da consciência.
Podemos fortalecer nosso intelecto por meio do estudo e
cultivar a apreciação direta do amor na natureza, nos bebês e em outras formas
que nos permitem ir além da natureza humana.
A aspiração, portanto, é a força, o impulso da alma que leva a vida ao
desenvolvimento espiritual. Adentrar
este processo envolve ser honesto com nossas compreensões e ter coragem para
encarar o medo da mudança.
Autodesenvolvimento e
Auto Realização
O corpo vital (parte sutil de nosso ser, que é a fonte das
emoções) está sempre buscando algo novo e a felicidade duradoura em coisas que
não duram. Mesmo nos momentos felizes da vida, há o medo que acabe.
Como
superar o sofrimento?
A vida é cheia de experiências que envolvem sofrimento: família,
doenças, relações, expectativas frustradas. De uma forma ou de outras, sempre
buscamos distrações, maneiras de evitar o tédio (que é uma forma de
sofrimento), mesmo que isso signifique agarrar-se a situações ou pontos de
vista conflituosos.
Conhecer as fontes do sofrimento e de felicidade é
sabedoria. A prática de tradições milenares como a Kriya Yoga tem por objetivo
mudar nossa perspectiva do “ego” - noção de “eu”, “meu” que governa meus desejos
e necessidades, gostos e preferências e que está sempre identificado com seus
altos e baixos, para a perspectiva da testemunha - o “Eu” interior que pode
observar o que acontece quando a mente está calma e quieta.
Por isso, desenvolver a calma é o primeiro
passo num processo de autodesenvolvimento.
Há cinco manifestações principais do ego:
1.
Desejo: é a imaginação que algo (que não está
presente) é necessário para que estejamos bem. A aversão é a noção de “não gosto”. Gostar e
não gostar é a maior das fontes de sofrimento. Quem deseja isso? Quem gosta /
não gosta disso? Por meio desta reflexão podemos perceber as preferencias do
ego.
Tudo é muito temporário. Qual a
parte de mim que nunca muda? Este (a) sou Eu. Os desejos perdem a força com a
luz da consciência.
É interessante fazer uma lista dos seus maiores desejos e
ver o que está guiando sua vida no momento.
2.
Raiva: emerge quando os desejos são frustrados
(não realizados).
3.
Ganancia: querer mais para você do que para os
outros.
4.
Orgulho: é uma opinião exagerada sobre si mesmo
e impulso para a competição.
5.
Inveja e ciúmes: quando nos ressentimos pelo
sucesso alheio, quando a felicidade dos outros é vista como um obstáculo ou nos
gera amargura.
O
principal processo que leva ao autodesenvolvimento e consequente auto realização
(ao longo do tempo e das práticas) envolve cultivar a equanimidade:
- Quando vai bem, evitar a euforia.
- Quando vai mal, evitar a depressão.
Por que tudo vai passar.
Todas
as experiências na vida servem para desenvolver equanimidade e amor, requisitos
essenciais para a auto realização.
No
próximo artigo vamos abordar dicas e práticas para desenvolver a equanimidade.
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